Viver e entender o Basquetebol

Muitos esperam aprender a fazer cestas, ganharem milhões, serem famosos e reconhecidos nas ruas ou serem heróis, mas o que se aprende realmente jogando basquete é como se lidar com um grupo uma equipe, com seres humanos. Não se joga nem se ganha sozinho. Um depende do outro para que o jogo aconteça. É fato comprovado pela história, nenhum grande jogador é campeão sozinho, o grande time vencedor do Chicago Bulls levou 6 anos após a chegada de Michael Jordan para vencer o primeiro campeonato da NBA. Não bastava ter um gênio, era necessário construir uma equipe.

O treinamento de um grupo de atletas deve ter o ensino do drible, do passe, do arremesso, da marcação, a serviço de uma meta, de um projeto maior do que, simplesmente, ensinar o jogo de basquete.

Ao se iniciar o treinamento de um grupo de atletas, definir a filosofia de trabalho é um dos primeiros passos.

Assumir uma filosofia, um pensamento, algo que reúna que sintetize o pensamento de todos. É com base nesta filosofia, usando ela como pilar que se inicia a construção de um grupo. Esta base tem que ser sólida e agregar valores da sociedade. Essencial neste momento é formar primeiro o homem, o ser humano: caráter, honestidade, autoconfiança, humildade, solidariedade, com esses aspectos teremos “atleta” na essência da palavra.

O caminho que se trilha deve estar recheado com os fundamentos do basquete, mas a essência é a formação do ser humano. Capaz de perceber que do outro lado, como adversário, está outro ser humano que merece respeito e admiração, pois no mínimo tem um ponto em comum, “o basquete”. Capaz de perceber que ao seu lado existem mais seres humanos, que acertam e erram, e que continuam ao seu lado.


Para a criança, aprender brincando é parte do crescimento. Desde os primeiros momentos, as primeiras brincadeiras, a filosofia do técnico deve estar presente e servir de parâmetro para orientar os desafios. Se o aluno que termina primeiro é sempre o que recebe a glória estaremos dizendo que o que vale é vencer. Por outro lado, se valorizamos aquele que não chegou primeiro, mas se esforçou para concluir estaremos jogando luz sobre o esforço, a dedicação. Desta forma, pode surgir à solidariedade, o momento em que vencer pode ser partilhado com alguém que ajudou na conquista. A filosofia de ensinar algo mais do que simplesmente jogar basquete tem que estar à frente, orientando, e ao mesmo tempo dentro de tudo o que se faz, permeando todas as ações. Dar oportunidade a todos, mesmo àqueles que não parecem ter aptidão, acreditar na construção dos alicerces da formação do ser humano, mesmo que não possam ser vistos.

Com o basquete, temos a oportunidade de aprender a “ser gente” e, de quebra, aprender a defender, passar, driblar e fazer cestas.

O respeito e admiração por esse esporte que escolhi e me dediquei por muitos anos da minha vida, em ensinar, educar e formar homens e mulheres de respeito um grande abraço a todos os meus atletas, alunos e admiradores por momentos